quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

De cara pro papel,
Sem nada a dizer,
Tento ascender qualquer luz
E nenhum pensamento me seduz.

Mas o vício se impõe!
Eu eu falo sobre o vazio,
Sobre a falta,
Sobre nada.

Dia sem sol,
Cama por fazer,
Livro pra ler,
Sonolência,
Tédio,
Demência.

Cenário sem vida,
Sem morte,
Sem tintas,
Sem cores.

Branco, cinza, preto,
Marrom.
Cadê meus amores?
Eu aqui,
Você, do lado de lá.
180 graus a nos separar.

Consegui sentir,enfim!
É uma dor no peito.
Deve ser o desejo,
Que eu não posso realizar.

Previ o que vinha,
O que tinha
E nem sabia.
Não veio!

Agora sinto um negócio estranho.
O medo de perder o desejo,
Deixar de querer.
É que já entendi
Que não vou ter
Nem um pouquinho de você,
Assim, só pra ter certeza
Que não tem nada a ver.

Mas ainda tem outras coisas.
Tem todas as outras pessoas,
Paisagens, perfumes, bocas...
E eu só quero você!
Já me convenceram

Que não vai acontecer.

Mas é que é gente...
Gente muda,
Desiste, insiste!
E se...
Não, não vai dar.
E eu já entendi.

Desviei o assunto.
Era "o nada"...
A falta incomoda!
Agora eu descobri
Que inventei o amor
Do vazio que você me deixou.

sábado, 24 de dezembro de 2011

O fim do ano vai chegando e todos aqueles clichês de desejos e festejos. Tudo parece meio repetitivo! Todos aqueles rituais, luzes, euforia... Acho que o ser humano gosta mesmo de sentir a mudança, o novo, ou pelo menos a esperança! Por isso, essas festas são tão celebradas. Eu, pessoalmente, acredito nas forças e energias que movem o mundo, nos mexem e remexem ou esquecem da gente em qualquer lugar. E a Terra completando mais um ciclo de vida inevitavelmente vai se renovar de alguma forma, porém toda mudança causa dor, confusão.
Eu vejo grande turbulência no fim de cada ano. Mas vejo força, vejo intensidade. Vejo que é um aviso para a gente não ficar parado. Parece que os destinos se chocam, as vontades, os quereres, nossos e da natureza que nos agüenta... Mas também, esse tempo pede calma, mostra o caminho.
Nesse momento eu vou mesmo desejar, fazer planos para mim, meus amigos, família. Vou fazer planos pro mundo. Eu quero sentir que algo de bom vem por aí. E por mais que as pessoas digam que é só mais um dia, só mais um ano, eu vou acreditar no novo!  Vou sim! Vou pedir mais sorte em oração, vou pedir força, luz, sensibilidade... Vou querer um ano melhor ainda! E quero acreditar que dá.
Que venha 2012 recheado pra mim!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Melodia

O início dos tempos começa hoje.
Hoje é o primeiro dia
e o dia vai começar com perdão.
Os pecados entrarão em contradição!

As meninas vão acordar dançando,
Os meninos, ao abrirem os olhos,
Sentirão o dia que vem
Lhes puxar pelas mãos
E cantando em uníssono
vão mudar o ritmo da rotação!

As mães seguem
 parindo
Um irmão, uma melodia, o vinho e o pão...
Os pais deixarão o orgulho de lado
E também vão parir
Um sorriso, um amigo, um verso,
qualquer coisa distante do chão!

Meninos, meninas, pais, mães, irmãos...
Vai todo mundo se sentir como notas,
Unidas na melodia
Da mesma canção!

Açucar e Sal


Eu sigo uma lógica pouco convencional
Pra distinguir o bem do mal,
O açucar do sal!

O mal sabe disfarçar,
Se escondendo pra cativar!
O bem se mostra sem perceber,
Sem nada pra dizer!

É que é tão exato
Quanto oposto pode parecer.
O que se faz para construir
É transparente
E de repente desmorona,
Quando negra nuvem passa
Sobre nossos quintais!

Acontece o que merece,
A chuva vem limpar, chorar,
Poupar o sol de aparecer.
E num segundo muda tudo!
Claro, o vento leva e traz
Palavras vagas, mentiras...
A maldade o vento leva,
A saudade o tempo traz!

domingo, 11 de dezembro de 2011

Por que eu insisto sempre nas mesmas ideias mortas que só valem pra mim e não movem mais nada? São ideias fixas que levam parte do meu tempo, da minha juventude. Pra  que sonhar em ter o que eu quero, lutando contra todas as evidências contrárias, todas tão óbvias, na minha cara? São fatos!
Eu não deveria acreditar que a minha intuição poder derrubar mil teorias concretas, empedradas... Tenho certeza de que estou errada no que eu acredito, que no fundo eu nunca consigo. Não! As pessoas tentam me convencer do que é lógico, mas elas não entendem que romper com Freud, religião e seguir só a minha intuição é mais do que uma crença no obscuro, na falta de razão. Isso é um vício que puxa a gente do chão.
Não é fácil acreditar tanto assim no impossível. Querer voar mais longe, pode fazer chegar a algum lugar, mas torna inevitável a frustração.  Querer viver de ilusão é perigoso, destroi.  É necessário muita energia pra tentar tirar algum leite da pedra.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

       Eis que chega a hora da partida! As malas sendo feitas aos poucos, para melhor selecionar os objetos que vão. Os laços sendo desfeitos, os nós recebem mais atenção. É preciso calma! Tudo deve ser dito minuciosamente para evitar qualquer mal entendido sem volta. Não há volta.
       Porque quando a gente decide seguir, não se deve tentar conter, porque o contrário dos passos é a prisão. É nesse momento que um homem se sente poderoso, dono de si. É nesse momento de partida, decisão e solidão que se encontra a liberdade escondida. Porque os pássaros tem asas, mas só fazem voar.
       É lindo seguir em direção a um novo destino! Procurar por novas estradas pode ser perigoso, mas quem sabe aonde pode chegar?! A gente pode não saber onde vai dar, mas ainda sente a intuição pulsar. Às vezes tão abafada, a intuição merece atenção. São coisas tantas, sentimentos estranhos, entranhas...Tá tudo aqui dentro!
       E assim, quando a gente menos imaginava, o que era tão desejado aconteceu! Porque os caminhos novos se cruzaram. E lá a gente parou um pouco, tomou goles e mais goles de água pura, sentiu uma brisa fresca. A gente só se olhou. Era ali! E era hora de parar.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Contra-Romantismo

Eu não quero mais saber
Dessa palhaçada!
Tanta gente vive bem,
Uma vida plena,
Sem gostar de ninguém!

Digo gostar dessa maneira doentia
Como os músicos, poetas e loucos
Acham que deve ser.
Cansei!

Cansei de Caetano
E sua lamúrias
Chorando por um falso amor,
Enquanto o mundo
Arregala os olhos de horror!

Agora eu quero saber dos animais.
Dos que estão em extinção!
Quero saber das florestas desmatadas,
Chamando a nossa atenção!

Raça estúpida!
Que nasceu pra amar.
Amor...
Sentimento tão vazio
Que evapora no ar!

Amor a dois
E um milhão, dois ou três
Se explodindo em guerras,
fome, desespero...
E ainda têm as florestas,
Abertas!

Gente lutando pra sobreviver,
E a gente aqui
Acha que é forte,
Porque tem amor no peito!
Gente fazendo a tecnologia avançar,
E a gente só sabe romantizar.

Não quero mais saber dessa gente!
Adeus Chico, Caetano, Cazuza!
Adeus Vinicius, bossa nova, MPB...
Não quero mais saber de você!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Ela

Eu já escrevi pra mãe, vizinho,
amigo, inimigo, padrinho...
Amores brutos, concretos,
dispersos, ainda não resolvidos!

Faltou falar dela,
que me acompanha
Todo dia quando acordo
Antes mesmo de dizer bom dia!
Não me deixa nem um segundo.

Quando penso em escrever
Ela me abraça e diz:
Pra que? Eu tô com você!
Se me arrumo pra ir pra escola
Ela diz: Não é mais hora!


Acho que ela morre de ciúmes
E quando eu pego o violão,ela vem:
Não tem razão!
O disco já tá na vitrola...

Se pego um livro pra ler,
Ela exclama:
Já tem muita informação nessa cachola!
Eu, submissa, deito na rede
E lá vem ela atrás.
Minha mulher,
A preguiça não me deixa em paz!

Mesquinha

Espero que as coisas
Que eu desejo pra você
Caibam em sua caixinha,
Tão pequenininha!

São coisas gigantes!
Elefantes rosas
Rosas, diamantes...
Arco-íris com todas as cores
E bordas douradas,
Mas na sua caixinha
Não cabe quase nada!

Eu lhe daria um monte,
Montanhas pra você subir
E me olhar lá de cima.
Mas a sua caixinha,
Realmente tão pequenininha,
Vai fazer transbordar,
O oceano que ia lhe dar!

Quem sabe se eu lhe desse um baú
Pra você me guardar
E tudo mais que eu quisesse dar,
A caixinha já não lhe servisse mais...
Mas você é tão pequenininha!

quarta-feira, 30 de novembro de 2011


     Eu acho que a gente tem mais é que se mostrar! Vai esconder o que e de quem?!Até onde eu sei, tô dentro da lei... Porque o que da gente pode refletir por aí, vai fazer o mundo girar! Eu gosto de gente escancarada, que diz a que veio, mesmo que sendo a pesseio...Qual qualidade há na discrição?! Lógico que tem muitas coisas que são perfeitas a dois, e assim deve ser!
     Digo isso,porque vivo ouvindo que devo me preservar, falar menos. Mas continuo achando que eu tenho muito a dizer, mesmo que por esporte! Porque o dia que eu não for interessante aos outros, não vou ter mais motivo pra ficar aqui, assim, sem nada a dizer!
     Mais do que falar, defendo quem faz, quem acredita e vai! Eu ouço muito dizer por aí,que se deve acreditar nos seus sonhos e blablabla...diz-se muito sobre correr atrás e outros tantos clichês de auto-ajuda. Mas vejo que o medo domina as pessoas por uma grande insegurança de ser quem se é.O maior medo subetivo de todos pra mim é o da rejeição. Me parece que se alguém te rejeita, você se sente humilhado.Porém, se a gente esmiuçar esse raciocínio ele vira um contrasenso. Se vc se sente humilhado por ser rejeitado por uma pessoa específica, se esta pessoa tem este poder, que importância você dá pra ela como ser humano?!
     Por outro lado, se você vai atrás correndo o risco de ser rejeitado ou não, é porque se garante e recoonhece que não vai ser amado e querido por todo mundo e isso não te diminui como pessoa. Quem é ela pra te diminuir?! Que Deus vai te fazer se sentir menor?! Digno nesse caso é o sentimento de tristeza e frustração, como sente uma criança que não consegue um brinquedo desejado da mãe! Ele não se sente triste por pensar que não merece o presente, mas por não tê-lo pra si!

Muito mais que você

O que me faz te querer tanto assim
Sem ao menos te conhecer,
Não é o mistério que há em você.
Mas o personagem que eu mesmo criei
Ilustrando por seus vermelhos cabelos!

Enquanto passa o tempo,
Longe de mim
Você ganha cores citilantes,
Luzes e holofotes brilhantes.

Quando te descrevo,
Meus amigos perguntam
Será que é tudo isso q você vê?
E eu sempre crente e fiel
Digo que sim, tá no papel!

Mas o tempo que nos distancia
Recria imagens, vertigens...
E a única certeza
Que me faz acreditar ser você,
São os cabelos vermelhos
No espelho desse imenso querer.

Quem sabe se você se apresenta
E se isenta dassa grandiosidade de ser,
Eu não te esqueço de vez
E suspiro bem alto:
Ufa...Não era você!

domingo, 27 de novembro de 2011

No rosto dos meninos sombrios
Eu vi meu olhar se esconder
Num imenso vazio
Sem bola, sem cor, sem azuis
Sem saber ler e escrever

No rosto dos tristes meninos
Esquecidos nos sinais
Eu vi o sol se encolher
Eu vi mais uma mãe se matar
Pra tentar se salvar
Da dor de ver seu filho padecer

No rosto dos deuses sombrios
Meninos vadios
Não se vê o que se quer ver
Nem um sorriso
Nem doce
Nem travessura
Se vê uma falsa ternura

Mas esses meninos vão ter que crescer
Não vai ter como deter
A desesperança
A justa vingança
De quem desde cedo
Não encontrou o prazer

Vão ser penis gigantes
Querendo meter
Armas apontadas
Que ninguém vai conter
Olhos raivosos
Dentes ferozes
E ninguém vai conter

Eram meninos
Apenas meninos
Querendo crescer
Hoje são homens
Lutando com a vida
Pra não morrer

Sem título

     A gente deve cuidar dos nossos sentimentos.Para não deixar a admiração virar inveja, o amor se transformar em ódio e a decepção em raiva! A gente tem q cuidar, porque não dá pra fugir, mas dá pra tentar esculpi-los com afinco! A gente tem que cuidar pra não deixar o copo encher de maneira que quando transbordar fique impossível segurar o rancor e dor!
     A gente tem q cuidar do q guardamos dentro, e não tentar fugir de sentir. Não se deve confundir a sinceridade com a nossa verdade. A gente tem q buscar o que há de bom sem cobrar a amizade. Deve saber separar as pessoas e entender que infelizmente nem todas são tão boas. E que mesmo sem ser, um dia de repente vão ajudar você.
    Acho impotante saber distinguir e tantar não exagerar, não intensificar tanto pra não perder a suavidade. Mas acredito ainda que somos tanto mais humanos quanto mais sentimos. E daí não canso em repetir que quem suporta uma tristeza sem fim, também tem espaço pra sentir a mais infinita alegria! Essa alegria só os poetas vão saber traduzir.